quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Eu me recuso a crescer


Eu me recuso a crescer, a pensar em tudo da forma como querem que eu pense, a deixar de sorrir quando vejo uma criança toda suja de sorvete, a não chamar meu cachorro de “bebezão do papai” por medo de parecer ridículo.

Eu me recuso, a empurrar o carrinho do supermercado e não subir na parte de trás depois de pegar embalo, a não dançar de forma tosca na frente do espelho enquanto me arrumo para “aqueeeeele” encontro, a não jogar tudo pro alto quando um amigo ligar dizendo que está desesperado e precisando de ajuda. Mesmo sabendo que é só pra decidir que tênis comprar.

Recuso-me a ser chato para parecer normal, a não desenhar no prato com maionese enquanto espero a pizza chegar. Refuto totalmente o conselho para deixar de ser ingênuo. A pensar mais no dinheiro que numa forma de conseguí-lo. A conseguí-lo e não ter tempo de gastar.

Eu me recuso a crescer!

E se, quiserem eles, que sejamos todos iguais, que mudem a si.

Que coloquem as gravatas na naftalina e me acompanhem à rua, de calções velhos, descalços, para brincar na chuva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário