quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Obliqua e Dissimulada


"Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que foram e me fizeram. Olhos de ressca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e energético, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me as partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve."

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Voltando a ativar o Blog


Depois de muito tempo sem postar aqui, vou voltar a colocar a minha vida aqui para as pessoas acompanharem o que eu faço e o que eu deixo de fazer.!

Vou comecar Postando coisas minhas e do Gabriel, meu musico favorito meu numero minha estrela dourada.


Eu e ele juntos, todo dia, toda hora em todos os momentos, meu dia so começa depois que você canta Halleluja pra mim. passa a tarde dormindo na sua cama, passa a noite vendo você toca, sempre você na minha vida você chego boto moral.
Gabriel Navarro Obrigada meu gato.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010


Uma vez, no recreio, comendo um Bis derretido, pensei isso, pela primeira vez: e se eu ficasse louca?
Vi minhas amigas trocando papéis de cartas, vi uns meninos correndo de testa suada, vi uma professora caminhar como alguém que pensava em alguém que ela encontraria no final do dia, vi tudo isso como se não pudesse ter, ver, ser.
E se eu ficasse louca.
Que triste para meus pais, que triste para a carteira vazia da escola, que triste para os livros plastificados com a etiqueta que dizia que era eu.
Uma estudante, uma garotinha, com família, amigos, presilhas de cabelo, camisas brancas PP com um brasão que trazia um livro e um fogo.
Se eu ficasse louca tudo isso seria o quê? Pra onde iriam os materiais e as pessoas e o amor? E se eu ficasse louca? Quem iria me ver babar num canto de um hospital? Existe louco em casa? Mãe ama os loucos? Louco tem amigo? Louco tem livro plastificado? Louco começa e não para mais até acabar? Louco uma vez, louca pra sempre? Converse. Respire. Pense em garotos. Pense em xampus. Vamos. Não fique louca. Mude de assunto. Pense na menina mais bonita do mundo e odeie. Dê nome pra loucura que ela deixa de ser. Sinta dor com nome que assusta menos.
Caia na aula de educação física, rale o joelho, sangre, dói menos. Desembarace os cabelos e sinta que problemas se alisam. Faça o papel do Bis virar um barquinho. Isso. Conte uma piada. Se os outros rirem bastante. Se a sua estranheza puder ser amada. Qualquer coisa menos loucura. Pense naquela música da rádio. Não, você não está triste. Uma fofoca e pessoas em volta. Vá até o banheiro retocar o batom da moranguinho.
O professor mais ou menos bonito, por ele. Os outros. Olhe. Os outros. Vamos. Que data mesmo? Da guerra. Que data? Qualquer coisa. Menos louca. O hino. Sujou um pouquinho da meia. Limpinha. Dê nome aos problemas. Problemas com nomes são problemas e não loucuras. Sempre evitando que ela saia. Sempre segurando. Não caia dura no meio do mundo. Não se chacoalhe no meio do pátio. Não vomite só porque sei lá o que é isso impossível de digerir e nem quero saber. Não abrace sem fim porque é preciso sentir o vento com o peito sozinho. Terrível mas tem banho quente pra distrair.
Não espanque, não soque, não chore sangue, não arranque a língua, não grite, não acabe. Siga. Sorria.
Mais uma prova. Mais uma festa. Mais um garoto. Sempre um pavor escondido mas nem era nada disso. Sempre uma tristeza abafada mas nem era nada disso. Sempre uma alegria exagerada que ninguém acolhe e o silêncio depois, fazendo curativos na pureza criando cascas.
Um dia você será.
O quê? Normal. Um dia você será. Normal. Um dia. Enquanto isso, se distraia como a professora que ama, as crianças que trocam papéis de cartas, os garotos que correm. Eles estão se distraindo também e pensando “olha, uma menina comendo Bis”
.

domingo, 20 de junho de 2010

Eu e você garota.


Ela é minha garota, a pessoa mais importante pra mim

ela eh meu outro lado.

Não ser so prima, mas ser também irmã e cumplice, ela tem o genio mais dificil do mundo

mais eh a menina mais divertida e roots que eu conheço.

ela so podia ser a minha prima mesmo.


Sabrina eu te amo sua emo.



Foto no parque central, melhor lugar do mundo.



Meninas do ABC são mais alegres.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Quem tem coragem não finge



Quem já nadou contra a corrente
Sabe usar o vento a favor
Só o momento é diferente
É a mesma ferramenta que usou

Eu não preciso mais fazer o que você diz
Dei valor ao meu suor
Ninguém decide por mim
Se eu agi errado me perdoe porque eu não quis
Amarrar outro nó
Que prende pra dividir

O que impede de andar pra frente
É a direção que escolheu
Se um abismo separa a gente
Quem fez a escavação não fui eu
Eu sei que gente que tem coragem não finge
Que nada disso acontecer

Quando eu acordei era fim de tarde
Meu lado claro escureceu
(Um novo sol só de manhã)
Faz envelhecer tendo a mesma idade
De tanto que a alma sofreu
Eu sei que gente que tem coragem não finge

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O canto da Vitoria


Esse é o canto da vitória!

Se quem canta os males espanta, irmão então se
levanta
diz o ditado que a gente colhe aquilo que planta
esse som é como a banda de chico buarque de holanda
anda, esquece o patrão no coração é você quem manda
quantos enriquecem,com seu suor dedicação e esforço
corrente escraviza e tanto faz, tornozelo ou pescoço
não quero sorriso no rosto e sim conhecimento na
mente
vencer o oponente sem gastar bala do pente
entende qui a cada bala disparada uma vida é perdida
e a cada bala perdida uma vida é parada
um corpo calçada, uma capsula caída
uma mãe angustiada, um numero pra estatistica
bibliotecas estão vazias e os presidios lotados
tiram os livros nos dão armas e deixam-nos
desinformados
quantos de onde vim são formados com curso superior
nunca foram parados por homens fardados pelo fardo da
sua cor
quem batucava o tambor recarrega o tambor
carrega nas mão o sangue do irmão que em vão tombo
na ilusão da vitória, alusão ao poder
vê o inimigo na casa ao lado e é parecido com você
um conselho! estamos puxando armas para o reflexo no
espelho
e aconselho que você não puxe o gatilho
pois, quem sorri é nosso adiversario
enquanto nos reunir, mais em velorios que em festas de
aniversario

Esse é o canto da vitória que sua alma liberta
sai desse canto agora e canta porq a vida é incerta
quebra as algemas da senzala no seu inconsciente
desperta
como spike lee faça a coisa certa
por que somos? minoria no congresso maioria nas favelas

somos! maioria nos presidios e minorias nas telas
liberdade só se revela quando o povo se rebela
só consigo me ver na tela da tv quando desligo ela
qntas mentiras bem rimas se parecem verdade
qntos morreram por cada quilate que hostenta sua
vaidade
dinheiro é necessidade não é vitória meu bem
vitória sera quando estampar um preto numa nota de
cem
alguns tem, outros não alguns, vem outros vão
pra mim são só maniquins que carregam um cordão
escravidão não acabou se sabe o que mudou?
temos nossas propria senzala bem longe da casa do
sinhô.


Somente você pode se libertar

segunda-feira, 19 de abril de 2010

-Que tal um beijo, Saumensch?


-Que tal um beijo, Saumensch?

Ficou parado mais alguns instantes, com água pela cintura, antes de sair
do rio e lhe entregar o livro. Tinha as calças grudadas no corpo e não
parou de andar. Na verdade, acho que ele sentiu medo. Rudy Steiner ficou
com medo do beijo da menina que roubava livros. Devia ter ansiado muito
por ele. Devia amá-la com uma intensidade incrível. Tanto que nunca
mais tornaria a lhe pedir seus lábios, e iria para sua sepultura sem
eles